A Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais, realizou reunião nesta segunda-feira (19) para debater a situação da Grande Reserva da Mata Atlântica. Convocada pelo presidente da Comissão, deputado Arilson Chiorato (PT), o encontro teve por objetivo ouvir especialistas e estudiosos do setor a respeito do bioma que teve, como resultado de séculos de ocupação e exploração desenfreada, grande parte do seu território destruído ou severamente alterado.
Além do presidente da Comissão e anfitrião, deputado Chiorato, também participaram da reunião presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente do município da Fazenda Rio Grande e integrante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento do partido dos Trabalhadores (SEMAD-PT), professor Carlos Zachi; presidente do Instituto A Mudança Que Queremos (IAMUQUE), senhor Marcos Cruz Alves; integrante da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), senhor Ricardo Aguiar Borges e o analista ambiental da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), senhor Paulo Roberto Castella.
Soluções
Para o presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção dos Animais, deputado Chiorato declarou que “o Paraná é um dos estados que mais desmatou este patrimônio natural que nós temos, então a reunião de hoje é técnica, para colher medidas, observar relatos e encaminhar para o executivo algumas soluções sobre este tema de forma que este patrimônio seja revertido e tenha sua área aumentada e não devastada como tem sido ultimamente”.
O analista ambiental e engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Paulo Castella, discorreu sobre a situação das araucárias neste bioma e explicou que “são duas ações extremamente importantes, a primeira é a conservação de todo remanescente, que já são poucos, em torno de 0,8% deste remanescente de araucárias em bom estado e a segunda é incentivar a questão do plantio e da educação ambiental que faça a população entender a importância dessa floresta no desenvolvimento econômico do nosso estado”.
O coordenador da rede de portais da Grande Reserva da Mata Atlântica e gestor do Instituto A Mudança Que Queremos, Marcos Alves pontuou que “hoje trazemos a Comissão de Ecologia uma proposta alternativa de desenvolvimento através do que nós chamamos de ‘Produção de Natureza’ que é um modo produtivo tão importante quanto a agricultura, a pecuária ou a indústria, só que visa propiciar um desenvolvimento econômico com a Natureza em pé, através do turismo e da biodiversidade”.
O Bioma Mata Atlântica
A Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical da América do Sul, atrás apenas da Amazônia. Atualmente, é onde 72% da população brasileira vive, incluindo algumas das maiores cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Curitiba, concentrando cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.
Estima-se que restam apenas 12,4% de sua cobertura original no Brasil, que era de aproximadamente 1,31 milhões de quilômetros quadrados (ou 15% do território nacional). As áreas mais bem conservadas de Mata Atlântica no país, ou seja, menos perturbadas e capazes de abrigar populações viáveis de suas espécies características correspondem a apenas 7% do que existia anteriormente.
Atualmente, o maciço é composto por 2,7 milhões de hectares de florestas e outros tipos de vegetação e conta ainda com 2,2 milhões de hectares de área marinha. Cerca de 1,4 milhão de pessoas vivem nos 60 municípios que compartilham este gigantesco patrimônio localizado entre os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
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